As fronteiras entre os estados do Paraná e Santa Catarina foi palco de um sangrento conflito entre os anos de 1912-1916. Desde 1853 já havia uma disputa das terras situada entre os dois estados, não havia acordo em relação aos limites da fronteira de ambos estados, o governo catarinense recorreu a justiça, que a principio deu ganho de causa aos catarinenses, porém essa disputa durou mais de 60 anos, e custou à vida de milhares de pessoas, a disputa envolvia uma área de terra de aproximadamente 48000km², entretanto é importante lembrar que as terras que ali existiam naquele período eram ricas em erva mate, madeira nobre e pinheiros, como eram terras sem dono, havia um grande interesse de posse daquele “território contestado” ou território disputado, tanto por paranaenses ou catarinenses com o intuito de obter os recursos naturais e a possibilidade de aumentar a cobrança de impostos.
Desde inicio a criação de gado na região de Lages, as fazendas de pequeno e médio porte foram surgindo significativamente na conhecida região contestada, além de que, madeireiras foram sendo implantadas encarregadas de devastarem florestas nativas para usarem o mesmo terreno na pastagem do gado. Os pequenos proprietários que ali se encontravam não tinham documentos de posse das terras onde moravam, e o governo brasileiro tinha interesse em construir uma ferrovia que ligasse São Paulo a Rio Grande, foi contratada uma empresa norte-americana a Brazil Raiway responsável pela construção da ferrovia, o governo brasileiro cedeu 15 km dos dois lados da margem da ferrovia, enquanto que a Serraria Lumber também estadunidense se encarregou de retirar a madeira nativa da região, portanto essa região de posse das empresas estrangeiras já estava ocupada pelos caboclos que a partir de então ficaram sem terras, calcula-se que as duas empresas estrangeiras empregaram mais de 8000 mil pessoas de todos os lugares, desocupados depois da construção da ferrovia e fechamento das serrarias, passaram a praticar crimes contra os colonos, se tornaram jagunços a serviços dos coronéis (grandes fazendeiros). Os miseráveis sem terras, desempregados maltrapilhos, explorados pelos governos na cobrança de impostos, se revoltaram contra as autoridades, e resolveriam seus problemas se apegando na fé mítica dos monges que pregavam igualdade fraternidade entre os homens, nem que pra isso tivessem que pegar em armas contra as autoridades. O monge conseguiu reunir cerca de 20000 homens que lutaram bravamente contra as forças do governo houve grande quantidade de mortes de ambos os lados.
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